Diário de Leitura 15/2024 - Indomada (Carina Rissi) Série Perdida #6

Livro Indomada Os Laços Inquebráveis do Amor Carina Rissi Perdida

Ler o último livro de uma série pela qual a gente cria tanto carinho faz com que toda a leitura seja movida por uma sensação agridoce de despedida. E, provavelmente pelo meu apego, gostei tanto deste livro, mas, pensando direito, ele deve ter sido um pouco inferior aos anteriores.

Indomada se passa duas décadas depois dos eventos dos últimos volumes. As filhas de Sofia e Ian, Marina e Ana Laura, são jovens adultas e, nesse sentido, estão descobrindo seu lugar no mundo, em sociedade (uma sociedade patriarcal e extremamente machista da metade do século XIX, é bom lembrar), explorando – ou evitando – seus sentimentos, e por aí vai.

O livro já começa nos informando que Sofia e Ian estão passando pelo maior desentendimento de sua vida conjugal, algo que parece irremediável do ponto de vista dela, e temos algumas dicas do que Ian fez e que é descrito como algo gravíssimo. Analu (apelido de Ana Laura) está desaparecida, e Ian é acusado de ter enganado Sofia durante todo o tempo em que estiveram juntos.

A história então é alternada em pontos de vista da Sofia, da Analu e Marina, e os capítulos se iniciam com trechos de carta da mãe das meninas para sua amiga do século XXI, Nina, antes de a narrativa voltar para relatar tudo o que levou àquele ponto crítico que nos é apresentado no início.

A maioria dos personagens do livro são um ponto muito positivo dessa história. Marina e Analu são diferentes entre si em diversos aspectos, mas ambas são convictas em suas crenças e valores e se desenvolvem em figuras fortíssimas no decorrer da história. Ana Laura é, sem dúvida, a melhor das protagonistas, mesmo nos momentos em que não fazia ideia de como agir.

Samuel foi um personagem profundo, de causar tensão cada vez em que aparecia, e foi possível ver várias de suas faces no decorrer do livro, sobretudo ao ter vislumbres de quando era criança, no livro de Elisa. Alexander foi uma ótima surpresa. Ele foi muito melhor aproveitado nesse livro, sua história foi aprofundada e sua química com Analu foi uma das melhores que vi na série. Sua atitude zombeteira e cínica o tornou muito charmoso, e o que havia por trás disso me fez criar um carinho muito especial pelo personagem.

Agora, os probleminhas. As dificuldades com diálogo, como sempre, atrapalhando a vida de todo mundo. Se o pessoal se conversasse direito, metade dos problemas não existiria. Isso foi uma constante em todos os livros, então não me surpreendi. Só era de encher um pouco a paciência, ao ponto de querer entrar na história, pegar a pessoa pela mão e falar: “Senta e conversa, por**!”.

E Sofia. Ah, Sofia. Eu gostava mais dela quando era mais jovem. Simplesmente porque não vi qualquer desenvolvimento pessoal ou emocional na personagem. Com seus quarenta e tantos anos, tem a mesma mentalidade e o mesmo comportamento de quando tinha vinte e poucos. Fiquei meio confusa ao ler seu ponto de vista pela primeira vez, esperando por uma pessoa um pouco diferente, e não a encontrei. Ian foi bem melhor representado, mas talvez porque ele sempre foi um personagem mais maduro e sensato.

Enfim, apesar dessas questões que me incomodaram, achei os arcos bons o suficiente para tornarem a história maravilhosa, uma ótima despedida. Emocionei-me várias vezes, apaixonei-me junto com as protagonistas, fiquei feliz e ao mesmo tempo melancólica com o final. Para esse, dei 4,5/5 estrelas. 

 

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